RACISMO É BURRICE








 

MOVIMENTO NEGRO



Na história da luta das organizações e movimentos sociais no Brasil, o MOVIMENTO NEGRO traçou seu caminho. Entendido aqui, como o momento em que grupos sociais se reuniram, dentro do contexto sócio-histórico de fins da década de 70, mobilizados por anseios comuns. Reorganizaram-se  politicamente para atuarem, como sociedade organizada, tendo basicamente como frentes as políticas públicas promotoras de igualdade racial e oportunidade a todos e a luta anti-racista.
O movimento negro projetou-se como um dos mais ativos e engajados das últimas décadas. A luta civil é o ponto de construção de identidades nos processos das lutas sociais. Uma de suas conquistas sociais amplas é a Lei 10.939/03. Na área educacional, o Movimento Negro reivindica a necessidade efetiva de promover a valorização afirmativa da história e cultura afro-brasileira e africana.
A importância do que chamamos de MOVIMENTO NEGRO está relacionada aos subsídios e incentivos afirmativo-inclusivos criados por grupos sociais diversificados na luta pela re-significação valorativa da participação dos afro-descendentes na cultura brasileira. Dão corpo aos excluídos da História, fornecem subsídios e lutam para a construção de uma auto-imagem positiva e crítica, com mobilizações políticas, culturais, preservacionistas, associativas e educacionais.
      Isto posto, podemos afirmar que o fortalecimento e visibilidade dos variados movimentos sociais negros no Brasil, junto a outros ‘territórios’ de resistência e manifestação, fazem parte do processo de luta política da sociedade brasileira.

       Bárbara Ribeiro (2007) em seu texto Espaços de Resistência nos diz que: “Ao longo da história brasileira, negros(as) resistiram e lutaram contra a opressão e a discriminação por meio de uma multiplicidade de formas de resistência. Pensada em sentido amplo, a resistência abarca as várias estratégias empreendidas pelos povos negros para se manterem vivos e perpetuarem sua memória, valores, história e cultura. São estratégias presentes nos costumes, no corpo, no falar, nas vestimentas, nas expressões, nas organizações sociais, políticas e religiosas tais como os quilombos, as irmandades e os terreiros de candomblé. Essas estratégias de resistência são vivas e fortemente presentes nas manifestações e expressões da cultura afro-brasileira”. 



* RIBEIRO, Bárbara de Souza et alli. Espaços de resistência. Material instrucional do Curso de Formação em História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, julho/2007.

PRETO EM MOVIMENTO



MV BILL

Não sou o movimento negro

Sou o preto em movimento

Todos os lamentos (Me fazem refletir)

Sobre a nossa historia

Marcada com glorias

Sentimento que eu levo no peito

É de vitória

Seduzido pela paixão combativa

Busquei alternativa (E não posso mais fugir)

Da militância sou refém

Quem conhece vem

Sabe que não tem vitória sem suor

Se liga só, tem que ser duas vezes melhor

Ou vai ficar acuado sem voz

Sabe que o martelo tem mais peso pra nós

Que a gente todo dia anda na mira do algoz

Por amor a melanina

Coloco em minha rima

Versos que deram a volta por cima

O passado ensina e contamina

Aqueles que sonham com uma vida em liberdade

De verdade

Capacidade pra bater de frente

E modificar o que foi pré-destinado pra gente

Dignificar o que foi conquistado

Mudar de estado, sair de baixo

Sem esculacho é o que eu acho

Não me encaixo nos padrões

Que vizam meus irmãos como vilões

Na condição de culpados

Ovelha branca da nação

Que renegou a pretidão (Na verdade é que você...)

Tem o poder de mudar “ RAPÁ”

Então passe para o lado de cá, vem cá

Outra corrente que nos une

A covardia que nos pune

A derrota se esconde no irmão

Que não se assume

Chora quando é pra sorrir

Ri na hora de chorar

Levanta quando é pra dormir

Dorme na hora de acordar

Desperta

Sentindo a atmosfera, que libera dos porões

E te liberta (Sarará criolo...)

Muita força pra encarar qualquer bagulho

Resistência sempre foi a nossa marca, meu orgulho

É bom ouvir o barulho

Que ensina como caminhar (Eu estou sempre na minha...)

Não vou pela cabeça de ninguém

Pode vir que tem

Agbara, Ôminara, Português, Faveles ou em Ioruba, Axé

Pra quem vai buscar um acue

E deixa de ser um qualquer

Já viu como é

Preto por convicção acha bom submissão

Não, da re no Monza e embranquece na missão

Tem que ser sangue bom com atitude

Saber que a caminhada é diferente pra quem vem da negritude

Que um dia isso mude

Por enquanto vou rezar pro santo

E que nós nos ajude



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FADAS NEGRAS NORDESTINAS

“Eu quero uma história nova

Não este conto de fadas brancas e ordinárias

Donas de nossas façanhas

Eu quero um direito antigo

Engavetado em discursos

Contidos, paliativos

(cheios de maçãs e pêras)

Bordados de culpa e crimes.

Eu quero de volta, de pronto

As chaves dessas gavetas

Dos arquivos trancafiados

Onde jazem meus heróis

Uma “nova” história velha

Cheia de fadas beiçudas

Fazendo auê, algazarras

Com argolas nas orelhas,

De cabelos pixaim

Engasgando príncipes brancos

Com talos de abacaxi.”



In: Caxingulê, de Lepê Correia



Encontrei a minha cor da pele



Encontrei minhas origens

Encontrei minhas origens
Em velhos arquivos
Livros
Encontrei
Em malditos objetos
Troncos e grilhetas
Encontrei minhas origens
No leste
No mar em imundos tumbeiros
Encontrei
Em doces palavras
Cantos
Em furiosos tambores 
Ritos
Encontrei minhas origens
Na cor de minha pele
Nos lanhos de minha alma
Em mim
Em minha gente escura
Em meus heróis altivos
Encontrei
Encontrei-as, enfim
Me encontrei.


De Oliveira Ferreira da Silveira. O poeta e professor  foi o idealizador do Dia da Consciência Negra.














Dizer não

Mesmo na noite mais fria
Em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste,
há sempre alguém que diz não.

Manoel Alegre


Receita de Olhar

Nas primeiras horas da manhã
Desamarre o olhar
Deixe que se derrame
Sobre todas as coisas belas
O mundo é sempre novo
E a terra dança e acorda
Em acordes de sol


Faça do seu olhar imensa caravela...


MURRAY, Roseana. O silêncio dos descobrimentos. São Paulo: Paulus, 2000.


UMA BOA DICA PARA SE TRABALHAR AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS EM SALA DE AULA É UTILIZAR O VÍDEO VISTA MINHA PELE.


SINOPSE DO FILME VISTA A MINHA PELE



A história da integração do negro à sociedade de classes no Brasil não é nenhum mar de rosas: passa por sua condição primeira de escravo, substituído pós-libertação pelo forte contingente europeu imigrante nas lavouras de café e nas atividades urbanas, o que subordinou-o a ocupar as camadas mais baixas e desprovidas da sociedade.
VISTA A MINHA PELE é uma divertida paródia da realidade brasileira, para servir de material básico para discussão sobre racismo e preconceito em sala-de-aula. Nesta história invertida, os negros são a classe dominante e os brancos foram escravizados. Os países pobres são, por exemplo, Alemanha e Inglaterra, e os países ricos são, por exemplo, África do Sul e Moçambique.
Maria é uma menina branca pobre, que estuda num colégio particular graças à bolsa-de-estudos que tem pelo fato de sua mãe ser faxineira nesta escola. A maioria de seus colegas a hostilizam, por sua cor e por sua condição social, com exceção de sua amiga Luana, filha de um diplomata que, por ter morado em países pobres, possui uma visão mais abrangente da realidade.
Maria quer ser Miss Festa Junina da escola, mas isso requer um esforço enorme, que vai desde a predominância da supremacia racial negra (a mídia só apresenta modelos negros como sinônimo de beleza), a resistência de seus pais, a aversão dos colegas e a dificuldade em vender os bilhetes para seus conhecidos, em sua maioria muito pobres. Maria tem em Luana uma forte aliada e as duas vão se envolver numa série de aventuras para alcançar seus objetivos.
Vencer ou não o Concurso não é o principal foco do vídeo, mas sim a disposição de Maria em enfrentar essa situação. Ao final ela descobre que, quanto mais confia em si mesma, mais possibilidades ela tinha de convencer outros de sua chance de vencer.
O vídeo VISTA A MINHA PELE é patrocinado pelo CEERT Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades, uma organização sem fins lucrativos, criada em 1990 com o objetivo de conjugar a produção de conhecimento e programas de intervenção na problemática das desigualdades.

PERSONAGENS
Maria, uma garota branca de 12-13 anos.
Luana, uma garota negra de 12-13 anos.
Janine, professora negra.
Suely, uma garota negra de 12-13 anos.
Claudinha, uma garota negra de 12-13 anos.
Zulu, um garoto negro de 14 anos.
Pais de Maria um casal branco de meia-idade.
Pai de Luana um diplomata negro de meia-idade Professor da Matemática um professor negro

FIGURANTES
Colegas de classe de Maria, Luana e Claudinha (cerca de 15 crianças negras e 4 brancas, além de cinco adultos negros); transeuntes.

FICHA TÉCNICA
Vídeo: Vista a Minha Pele
Categoria: vídeo ficcional-educativo
Duração: 20 minutos
Roteiro: Joel Zito Araújo & Dandara
Ano de Produção: 2004
Entidade produtora: CEERT - Centro de Estudos e Relações de Trabalho e Desigualdades.


O VÍDEO ESTÁ DISPONÍVEL NOS ENDEREÇOS ELETRÔNICOS:


http://www.cpers.com.br/portal2/np_multimidia.php?pageNum_multimidia=5&totalRows_multimidia=18


http://www.cpers.com.br/portal2/np_multimidia.php?cd_multimidia=13


http://vids.myspace.com/index.cfm?fuseaction=vids.individual&videoid=46707362


http://www.truveo.com/Vista-minha-pele/id/4064941584


LEITURAS E ENDEREÇOS ÚTEIS


ATLAS RACIAL BRASILEIRO
www.pnud.org.br

ALGARVE, Valéria Ap. Cultura negra na sala de aula: pode um cantinho de Africanidades elevar a auto-estima de crianças negras ....UFSCAR: Dissertação de Mestrado.
http://www.ufscar.br/~neab/documentosBV/DissVAA.pdf

BOLANDO AULA DE HISTÓRIA
http://www.grubas.com.br/bolando-aula-historia.asp?ano=2006

BENTO, Maria Aparecida da Silva. Cidadania em preto e branco. São Paulo, Ed. Ática, 1999.

BRASÍLIA. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. 2005
http://www.sinprosp.org.br/arquivos/afro/diretrizes_relacoes_etnico-raciais.pdf

CADERNOS DE DIÁLOGOS PEDAGÓGICOS - Combatendo a Intolerância e Promovendo a Igualdade Racial na Educação Sul-Mato-Grossense.2005
http://www.sed.ms.gov.br/geradorhtml/paginasgeradas/ead_3958/pdfs/caderno_igualdade_racial.pdf

CADERNOS IGUALDADE RACIAL - CEERT
http://www.ceert.org.br/educacao_old/pdf/3%20lugar%20EI.pdf

SÉRIE CADERNOS TEMÁTICOS. HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA: EDUCANDO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS. Curitiba, SEED/PR, 2006.
http://200.189.113.133/cdec/arquivos/File/Afro_II.pdf

CAVALLEIRO, Eliane. Do silêncio do lar, ao silêncio escolar. Racismo, preconceito e discriminação na educação infantil. São Paulo: Contexto, 2000.

FAVERO, Yvie. As crianças e a Lei 10.639. Jornal Bolando Aula.
http://www.gruhbas.com.br/arquivos/publicacao/bolando_aula_2007_80.pdf

FAVERO, Yvie. As crianças e a Lei 10.639. Fundação Palmares
http://www.palmares.gov.br/005/00502001.jsp?ttCD_CHAVE=466

CASTRO, Mary Garcia; ABRAMOVAY, Miriam. Relações Raciais na Escola: Reprodução das desigualdades em nome da igualdade. Brasília: UNESCO, INEP, Observatório de Violências nas Escolas, 2006.
http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001459/145993por.pdf

GOMES, Nilma Lino. Diversidade Cultural e Currículo - a questão racial na prática educativa dos/as professores/as.
http://www.ufscar.br/~neab/pdf/ciclo1_azul_compl.pdf

LIMA, Heloísa Pires. Áfricas e afro-brasileiros nas videotecas.
http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2004/rab/tetxt3.htm

MEC/SECAD. ORIENTAÇÕES E AÇÕES PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS. Brasília: MEC/SECAD, 2006.

MUNANGA, Kabengele (Org.). Superando o Racismo na Escola. 2ª. ed. revisada. Brasília: SECAD/ MEC, 2005.

ORIENTAÇÕES CURRICULARES – Expectativas de Aprendizagem para a Educação Étnico-racial. Prefeitura Municipal de São Paulo. 2008
http://arqs.portaleducacao.prefeitura.sp.gov.br/exp/educacaoetnicoracial.pdf

OLTRAMARI, Leandro Castro. Discriminação, Educação e identidade.
http://www.virtual.udesc.br/Principal/Documentos/Artigo%20Leandro_Castro.doc

PESTANA, Maurício. Ações Afirmativas: Este é o caminho.
http://www.palmares.gov.br/_temp/sites/000/2/publicacoes/cartilhapestana.pdf

PROJETO A COR DA CULTURA. Saberes e Fazeres: Modos de Ver. v. 1. RJ: Fundação Roberto Marinho, 2006.
http://www.acordacultura.org.br/

PROJETO EDUCAR PARA A IGUALDADE RACIAL
http://www.dialogoscontraoracismo.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=171&Itemid=28

SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves. Pode a educação prevenir contra o racismo e a intolerência?
www.lpp-uerj.net/olped/documentos/ppcor/0083.pdf
http://ftp.unb.br/pub/UNB/ipr/rel/ipri/2000/2635.PDF

COLEÇÃO PUBLICAÇÕES DA DIFERENÇA: NEGROS E BRANCOS NA ESCOLA. Volumes 1, 3 e 10.
http://www.usp.br/neinb/?q=node/9
http://www.usp.br/neinb/livros/vol(10).pdf
http://www.usp.br/neinb/livros/vol(1).pdf
http://www.usp.br/neinb/livros/vol(3).pdf

JOGOS E DINÂMICAS SOBRE IDENTIDADE
http://wata-eh-legal.blogspot.com/2007/11/o-despertar-da-identidade-negra.html

http://www.afropress.com/

www.educafro.org.br

http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2004/rab/tetxt5.htm

http://www.unidadenadiversidade.org.br/


http://txt.estado.com.br/editorias/2007/02/07/ger-1.93.7.20070207.8.1.xml